Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico do LES baseia-se principalmente nos sintomas, embora os exames laboratoriais e por vezes a biopsia do órgão afetado (pele, rim) possam ajudar na confirmação do diagnóstico. Para o diagnóstico o médico deverá identificar alguns critérios (pelo menos 4 de um conjunto) que definem o LES.

O Lúpus deve ser tratado por um médico com formação e experiência no tratamento de doentes com LES. Por regra deverá ser o médico de família, informando- se dos seus sintomas, e colocando esta suspeita a encaminhá-lo para o reumatologista, não esquecendo que cada doente tem sintomas diferentes. Outros profissionais de saúde podem ajudar a lidar com os diferentes aspetos do Lúpus, incluindo enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, dermatologistas, nutricionistas. Aprender a ter mais auto – confiança, não valorizando a descriminação de que muitas vezes são vítimas, em virtude da sua imagem.

Para a grande maioria das pessoas com Lúpus, o tratamento minimiza, resolve os sintomas, reduz a inflamação e ajuda a restabelecer as funções do organismo que possam estar comprometidas. Para além disso algumas medidas/cuidados poderão reduzir o risco de “picos ou agravamento da doença”.

Os medicamentos que no doente com LES atuam na modulação do sistema imunitário incluem:

  • Corticosteroides (cortisona);
  • Medicamentos biológicos;
  • Antimaláricos;
  • Imunossupressores, em especial a azatioprina, metotrexato, ciclofosfamida e micofenolato de mofetil.

Todavia a toma contínua de certos medicamentos, por sua vez, pode causar uma série de efeitos colaterais como hipertensão arterial, osteoporose, cataratas ou diabetes, que trazem complicações adicionais. Estes e outros efeitos adversos eventuais devem ser minimizados através de uma gestão cuidada da terapêutica, só possível com um acompanhamento médico adequado e regular. Eventualmente poderão ser necessários, outros medicamentos para tratar as doenças associadas. Uma medida fundamental para todos os doentes com LES é o uso dos fotoprotetores cutâneos que devem ser aplicados diariamente em todas as áreas expostas à luz solar.

Os medicamentos utilizados no tratamento do LES são muito eficazes, porém podem causar diversos efeitos secundários. Os AINEs (anti-inflamatórios) podem provocar mal-estar gástrico, (devem ser tomados depois das refeições), facilidade no aparecimento de hematomas e raramente, alterações renais ou hepáticas. Os medicamentos anti-malários podem provocar alterações na retina ocular e, portanto, os doentes devem fazer check-ups regulares, na oftalmologia.

Os efeitos dos glucocorticoides são:

  • Alterações da aparência física, (aumento de peso, inchaço nas faces, crescimento excessivo de pilosidade corporal, alterações cutâneas com estrias, acne);
  • Risco de aumento de infeções;
  • Problemas de estômago, como a dispepsia (indigestão) ou azia;
  • Tensão arterial alta;
  • Fraqueza muscular;
  • Modificações de humor;
  • Enfraquecimento ósseo (osteoporose), podendo fazer doses adicionais de vitamina D e cálcio;Problemas oftalmológicos (cataratas).

Importante saber que a maior parte dos efeitos secundários, passará quando a dose da terapêutica for diminuída, ou se deixar de tomar o medicamento.

Os agentes imunossupressores também têm efeitos secundários graves, em virtude de diminuírem as resistências do nosso organismo, deixando-nos mais predispostos a infecções. Todavia o tratamento deve durar enquanto a doença persistir, deste modo a manutenção de uma dose baixa a longo prazo pode minimizar a tendência de surguir nova crise e manter a doença sob controlo.

Fonte: https://www.spreumatologia.pt