O que é a Zona?
A Zona, também conhecida por Herpes Zoster, é uma doença causada pela reativação do mesmo vírus que causa a varicela, o vírus varicela-zoster. Depois de uma pessoa contrair varicela, habitualmente durante a infância, o vírus permanece adormecido no nosso corpo para toda a vida, não causando normalmente quaisquer sintomas. Contudo, o nosso sistema imunitário enfraquece naturalmente com o aumento da idade e pode permitir que o vírus varicela-zoster se reative, causando Zona.
Quais os sintomas e potenciais complicações da Zona?
Os primeiros sintomas podem ser sensação de formigueiro ou dor numa área da pele, dor de cabeça ou mal-estar geral. Tipicamente, uma erupção cutânea (vesículas ou bolhas) pode aparecer alguns dias mais tarde, apenas de um lado do corpo, mais frequentemente no peito, abdómen ou rosto, podendo também aparecer em qualquer parte do corpo.
Normalmente, os sintomas melhoram após algumas semanas, mas alguns doentes podem sofrer de complicações que podem durar meses ou até anos. A complicação mais comum da Zona (30 % dos casos) é a Nevralgia Pós-Herpética caracterizada por uma dor incapacitante que pode durar de 3 a 6 meses, podendo persistir por anos. A Nevralgia Pós-Herpética pode causar depressão, ansiedade e insónia. Outras complicações podem incluir, entre outras, alterações da pele, envolvimento do olho e problemas de audição.
Em doentes imunocomprometidos ou sob terapêuticas imunossupressoras, a erupção cutânea pode ser mais grave, a duração mais prolongada e risco de doença disseminada é maior.
Também a infecção recorrente é mais comumente observada em populações idosas e imunocomprometidas, incluindo pacientes com malignidades, infeção VIH, doenças auto-imunes, como artrite reumatóide e Lúpus eritematoso sistémico.
Incidência de Zona na população imunocompetente
Na população em geral, a incidência de Herpes Zoster varia entre 3 a 5 casos por cada mil pessoas/ano.
Especificamente por idade a incidência varia da seguinte forma:
• 50 a 60 anos: 5,0/1000 pessoas/ano
• 70 a 80: 6 a 7/1000 pessoas/ano
• >90 anos: 10/1000 pessoas/ano
Incidência de Zona na população com Lúpus Eritematoso Sistémico
Entre as doenças reumáticas inflamatórias, o Lúpus eritematoso sistémico está associado ao maior risco de reativação do herpes zoster em relação à idade. Doentes com Lúpus eritematoso sistémico tiveram uma taxa 70% maior de infeção por Herpes Zoster do que indivíduos da mesma idade com doenças musculoesqueléticas não inflamatórias.
De acordo com estudos realizados nos EUA, entre sete doenças autoimunes ou inflamatórias incluídas nos estudos, os doentes com Lúpus eritematoso sistémico tiveram a maior taxa de infeção por Herpes Zoster em todas as faixas etárias abaixo dos 70 anos. A infeção por Herpes Zoster foi mais frequente em doentes com Lúpus eritematoso sistémico em todas as idades do que idosos saudáveis imunocompetentes acima de 70 anos de idade.
A incidência de infecção por Herpes Zoster em doentes com Lúpus eritematoso sistémico varia de 6,4 a 91,4 casos por cada mil pessoas/ano.A maioria das infecções por Herpes Zoster ocorreu na faixa etária de 30 a 40 anos.
Entre os doentes com Lúpus eritematoso sistémico, os fatores de risco identificados para infeção por Herpes Zoster incluíram terapias imunossupressoras de alta dose de glicocorticóides e não-glicocorticóides, aumento da idade, linfopénia, glomerulonefrite ou outras patologias de órgãos importantes, comorbilidades como diabetes mellitus, insuficiência renal, infeção por HIV e doenças malignas, redução do estado funcional e a presença de certos autoanticorpos (anti-Ro/Sm/nRNP).
Embora a reativação do Herpes Zoster seja mais frequente durante a apresentação inicial do Lúpus eritematoso sistémico, ela também foi identificada naqueles com baixa atividade da doença que não receberam forte imunossupressão durante o curso posterior da doença.
Relativamente a complicações derivadas de um caso de Herpes Zoster nesta população, infeção bacteriana ocorreu em 8,7% a 47,4% dos doentes e a nevralgia pós-herpética foi descrita em 14,5% a 19,6% dos casos. Hospitalização devido a infecção grave por Herpes Zoster foi necessária em 17,6% dos doentes num estudo.
Fonte: GSK