O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) disponibiliza, desde o início de janeiro, uma consulta em reumatologia, que vem dar uma importante resposta aos utentes da região com patologias como artrite reumatoide/psoriática, espondilite anquilosante, lúpus eritematoso sistémico, síndrome de Sjögren, doenças ósseas metabólicas e um amplo espectro de doenças reumáticas não inflamatórias.
A nova consulta dispõe ainda de técnicas diagnósticas e terapêuticas diferenciadas, como a capilaroscopia e a infiltração articular e periarticular, devendo a referenciação dos utentes para a consulta ser feita pelo médico de família ou médico assistente.
Helder Roque, Presidente do Conselho de Administração do CHL, destaca que este quer apostar em desenvolver esta especialidade, dando seguimento ao caminho de diferenciação, cuidados de qualidade e resposta às necessidades específicas dos utentes da região.
A consulta de reumatologia decorre na consulta externa, no Hospital de Dia, e presta apoio aos diversos serviços com internamento, trabalhando em estreita colaboração com a Unidade de Dor e participando em projetos de investigação. O médico de família deve referenciar o utente de acordo com o documento de referenciação para a consulta externa do CHL, baseado na rede de referenciação de Reumatologia, disponível no Portal SNS.
Segundo o Estudo Epidemiológico de Doenças Reumáticas em Portugal, desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), muitas pessoas desconhecem que sofrem de patologia reumática, estimando-se que na região de Leiria essa realidade seja de 50 % a 58 %.
A SPR afirma assim existir uma realidade de subdiagnóstico, estimando que um terço dos 5,9 milhões de portugueses doentes reumáticos não são diagnosticados. Ainda de acordo com a SPR, as doenças reumáticas provocam grandes perdas de produtividade, aos doentes, que veem a sua qualidade de vida muito afetada, sendo das doenças que mais levam os portugueses aos cuidados de saúde primários.
A reumatologia é uma especialidade diferenciada nos cuidados das doenças reumáticas, especialmente em patologias menos frequentes. Para Marília Rodrigues, reumatologista do CHL, responsável pela consulta de Reumatologia, «é emergente dar resposta a estes doentes, dado que o diagnóstico e o tratamento precoce e diferenciado permitem modificar significativamente a evolução das diferentes doenças reumáticas, prevenindo a dor, deformação, incapacidade funcional e perda de qualidade de vida, fatores associados a um grave impacto socioeconómico.
O Estudo Epidemiológico de Doenças Reumáticas em Portugal permitiu ainda apurar a prevalência de algumas doenças reumáticas na população portuguesa, por exemplo, a lombalgia, com uma incidência de 26 %, a osteoporose, com uma prevalência de cerca de 10 %, a gota (1,3 %) e a artrite reumatoide (1 %), entre outras. Globalmente, as doenças reumáticas afetam mais mulheres (64 %) do que homens.
Fonte: https://www.sns.gov.pt